O samba orquestrado do Trio Sambach

Em dezembro, o Trio Sambach fará uma apresentação gratuita no Grande ABC, na unidade do Sesi em São Caetano.

O diferencial do grupo é que o samba tocado por seus integrantes ganha nova sonoridade a partir de instrumentos que são comumente ouvidos na música erudita.

O trio traz Denise Alves de Souza, no violino, Rodrigo Suban Hernades, no banjo, e Graziela de Oliveira Teixeira, na viola erudita.

O show faz parte do projeto “Território Sesi-SP de Arte e Cultura”, que busca incentivar e difundir a produção artística regional.

No repertório o Trio Sambach trará canções como “Aeroporto do Galeão”, “Trem das 11”, “Samba do Arnesto”, “Saudosa Maloca”, “Com que roupa”, “A voz do morro”, “Feitiço da Vila”, “Saudades da Amélia”, entre outras.

Confira o bate-papo exclusivo que o Webjornal ABC teve com o grupo:

Trio Sambach no Grande ABC — Foto: Danilo Costa

Webjornal ABC – O erudito e o popular caminham em total harmonia no trabalho do trio Sambach. Como surgiu essa proposta?

Trio Sambach – Grazy e a Denise já viviam na música clássica e o Subanjo foi nascido e criado no samba. Um dia nos conhecemos no bar da mãe da Grazy e surgiu a ideia de tirarmos um som juntos e ai deu certo e começamos este lindo projeto.

WABC – Como é feita a escolhas das músicas?

TS: A escolha é feita normalmente de forma aleatória, entretanto, procuramos tocar as obras populares que marcaram época de grandes compositores do mundo do samba, tais com Adoniram, Cartola, Zé Ketti, entre outros.

WABC – Qual é o maior desafio em dar ao samba essa possibilidade de ser tocado com instrumentos mais eruditos?

TS: Acredito que seja a quebra de paradigmas. Samba é totalmente popular e os eruditos que são outro mundo. No samba tem muitos improvisos. Já em orquestras e lugares que elas sempre praticaram a música é metódica, cada um tem uma função tem que seguir um roteiro.

WABC – Quais são e como foi a escolha dos três instrumentos utilizados pelo trio? Cada integrante toca mais de um instrumento?

TS: No grupo, Denise toca violino, Grazy toca viola erudita e o Subanjo toca banjo, cavaco, pandeiro, tantan, repique de mão, tamborim e rebolo.

WABC – Onde foi a primeira apresentação do trio e como o público reagiu?

TS: Nossa primeira apresentação em público foi na estação Tamanduateí e foi um grande sucesso. A galera curtiu muito, vários vídeos publicados nas redes socais, muitas curtidas e compartilhamentos.

WABC – Como a música entrou na vida de cada um de vocês?

TS: Denise e Grazy entraram na música ainda crianças por meio do projeto social o (Instituto) Baccarelli, localizado na favela do Heliópolis. Já o Subanjo vem de família de sambistas, onde a música era algo rotineiro na sua infância. Seguindo os passos de seu pai Antonio Paulo Hernandes, conhecido como Pastel, fundador do projeto de resgate de samba raiz, o “Unidos de Vila Conde de Pinhal”, seguiu os passos de seu pai e entrou para o mundo do samba. Inicialmente tocando percussão e posteriormente cavaco e banjo.

WABC – Quais os projetos do Trio Sambach para 2018?

TS: No ano de 2018 pretendemos nos inscrever em novos editais culturais como este oferecido pelo Sesi, e conseguirmos ser aprovados em mais unidades e organizações, para que com isso cada vez tenhamos uma maior visibilidade para o publico para que cada vez mais as pessoas conheçam o Trio Sambach.

A apresentação será dedicada à memória do pai do Rodrigo Suban, seu Antonio, o Pastel, que faleceu na segunda-feira (27/11).