Kodachrome oferece reflexão sobre empatia e aceitação
Durante quase setenta anos, a Kodachrome reinou no mercado dos filmes fotográficos.
Devido à sua riqueza de cores e inigualável tratamento da luz, se tornou o preferido de muitos profissionais como Steve McCurry.
O fotógrafo é o autor da famosa imagem da “Menina Afegã”, clássica capa da revista “National Geographic”, em 1985.
Inspirado na carreira de McCurry, Jonathan Tropper redigiu o filme “Kodachrome”, disponível na Netflix.
A trama acompanha a conturbada história de Ben e Matt Ryder pelas estradas dos Estados Unidos.
Eles parte em busca do último laboratório de revelação deste filme.
A vida do produtor musical Matt Ryder (Jason Suideikis) dá uma reviravolta inesperada quando encontra Zooey (Elizabeth Olsen), cuidadora de seu pai Ben Ryder (Ed Harris).
Ben tem câncer terminal e seu último desejo é realizar uma viagem com o filho de Nova York até o Kansas.
O objetivo é revelar os seus quatro remanescentes filmes de Kodachrome antes do único laboratório restante fechar.
A princípio Matt não quer nada com o pai.
Afinal Ben construiu sua vida ao redor da carreira de fotojornalista, sem que sobrasse espaço ou tempo para própria família.
No entanto, para manter sua consciência tranquila, o filho concorda em participar dessa jornada, mesmo sem ter perdoado o velho fotógrafo.
Com o início da viagem, Matt sente-se cada vez mais deslocado com o relacionamento de Zooey e Ben.
A cuidadora e o pais compartilham histórias e uma intimidade que ele nunca foi capaz de construir.
No entanto, por mais que sinta inveja, a presença da cuidadora é fundamental. para que ele perceba a existência de uma humanidade por baixo da aparência dura e do senso de humor sádico do pai.
A situação o leva a concluir que nada ganhou com os anos em que passou com raiva do passado e sem falar com Ben.
“Kodachrome” mostra três personagens, cada um com suas falhas e defeitos, que passam a se aceitar como pessoas complicadas e interessantes ao longo de uma longa jornada.
Veja o trailer de Kodachrome
Coluna Via Streaming, por Kreitlon Pereira