ARON FELDMAN | Cineasta brasileiro recebe homenagem

O lançamento do livro “Aron Feldman, Cinema nas veias” celebra os 100 anos do cineasta gaúcho Aron Feldman, ocorrido em dezembro de 2019.

Na época das comemorações, Diaulas Ullysses, cineasta de Diadema, sugeriu a produção da obra.

O importante projeto para a memória do cinema brasileiro e seus profissionais foi aceito e recebeu financiamento do Fundo de Cultura de Santo André.

A autoria da publicação ficou sob a responsabilidade de Cláudio Feldman, escritor de 57 livros e filho de Aron.

Para o livro, o autor revisitou a sua memória familiar para biografar o pai e também usou os arquivos de Aron para situá-lo como artista de imagens.

O contexto da época necessitou de pesquisas, pois era muito importante como influência.

O livro conta também com textos de seus dois outros filhos: Ida Feldman e Sérgio Alberto Feldman e Diaulas Ullysses, assessor do projeto comparece com ensaio inédito sobre a morte nas películas de Aron Feldman.

No rico material, além da biografia propriamente dita, o leitor encontra a filmografia detalhada de Aron, a bibliografia sobre seu trabalho e a opinião de críticos e intelectuais.

Historiadores de cinema, como Paulo Emílio Salles Gomes, Jairo Ferreira, Jean-Claude Bernardet e outros se referem aos filmes de Aron.

Cerimonia virtual de lançamento do livro

A obra “Aron Feldman: Cinema nas veias” será lançada em 18 de junho, das 14h30 às 16h, durante a 4.ª SACT – Semana de Arte, Cultura e Tecnologia da UFABC, como parte do calendário comemorativo dos 15 anos da instituição.

O evento contará com a participação de Ida Feldman (como mediadora), do autor Claudio Feldman, do professor e historiador Sérgio Alberto Feldman e do cineasta Diaulas Ullysses.

Haverá o sorteio de 10 exemplares para o público durante a live.

A transmissão será realizada pelo Youtube no link https://youtu.be/SxKMUhVgpwY

Artesão de imagens

Aron Feldman (1919 – 1993) iniciou suas atividades como fotógrafo de arte, divulgando suas obras em mostras nacionais e internacionais, sendo inclusive premiado na Áustria.

Foi o primeiro brasileiro a ter seus trabalhos expostos na Índia e em Cuba.

Inquieto, resolveu expandir seus horizontes, tentando o cinema e a aposta deu certo.

Em 35 anos de atividades, dirigiu 22 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens.

Sua fase inicial foi composta por películas experimentais, intimistas, sem nenhuma preocupação além da estética.

Mais tarde, envolvido por questões sociais, iniciou uma nova fase engajada. Sua obra mais conhecida, o “Mundo de Anônimo Jr”, de 1972, foi perseguida pela censura e pelo Instituto Nacional de Cinema, por usar metáforas para debochar da situação do país.

“Casqueiro” (1966) e “Afogados” (1993), filmes premiados em Hiroshima, Japão, tratam respectivamente de crianças vendedoras de siris e caranguejos, perseguidas pela polícia e jovens que, pressionados pela vida deteriorada do mundo, cometeram suicídio.