MOSTRA ECOFALANTE | Competição exibe produção de 24 países

Considerado o maior evento sul-americano dedicado à temática socioambiental a 9.ª Mostra Ecofalante de Cinema vai exibir 98 filmes.

A competição traz produções de 24 países e renomados diretores como “Acqua Movie”, de Lírio Ferreira, com Alessandra Negrini e Marcélia Cartaxo no elenco.

“Tuã Ingugu”, nova obra de Daniela Thomas, e “Amazônia Sociedade Anônima”, de Estêvão Ciavatta, “Estou Me Guardando para Quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo. “Indianara”, também estão na lista.

O Panorama Internacional Contemporâneo abordará sete temáticas, entre eles “povos e lugares” com a exibição do polonês “A Baleia de Lorino”, do iraniano “Exodus”, do belga”Ma’Ohi Nui” e do finlandês “Memórias do Oriente”.

A mostra promoverá ainda entrevistas com dez diretores internacionais e debates virtuais com ativistas, cientistas e especialistas que discutem, entre outros temas, povos e lugares, consumo, economia, emergência climática, tecnologia e trabalho.

Conheça algumas produções da Mostra Ecofalante 2020

A Baleia de Lorino

O filme “A Baleia de Lorino” menciona povo chukchi que acredita no mito, segundo o qual, o ser humano nasceu da união da mãe primordial com uma baleia.

Homem e baleia viveram felizes por muito tempo, até que um homem matou seu irmão baleia.

A partir de então, a fome e o sofrimento prevalecem na terra.

Para os chukchis, descendentes da mais antiga tribo siberiana, a caça anual de baleia é não só uma tradição.

Trata-se de uma necessidade para sobreviver ao longo inverno numa das regiões mais inóspitas, na localidade de Lorino, próximo ao Estreito de Bering.

Enquanto esperam pela captura, compram sua comida a crédito no supermercado mal abastecido da aldeia.

Um busto de Lênin olha do alto da praça da vila, em memória de uma época que também marcou profundamente a vida aqui, embora talvez de maneiras menos visíveis.

Veja o trailer

A Baleia de Lorino (“Wieloryb z Lorino”)

Maciej Cuske (Polônia, 2019) 59 min

Exodus

Com direção de Bahman Kiarostami, o filme “Exodus” venceu o “Prêmio de Excelência” (New Asian Currents) no Festival de Yamagata.

Desde 1979, quando o Irã abriu suas fronteiras para refugiados da Guerra Soviético-Afegã, o país tornou-se o lar de 2,5 milhões de afegãos, metade dos quais não estão documentados.

Quando as sanções norte-americanas renovadas em 2018 causaram um colapso cambial no Irã, a população vulnerável de migrantes foi severamente afetada pela recessão.

Agora, um grande número deles quer voltar para casa, mas para isso, é preciso passar pelo Centro de Retorno, órgão responsável por processar os milhares de ilegais que saem do país regularmente.

Sob o olhar humanista do diretor, testemunhamos as trocas entre os funcionários do centro e os afegãos – cada um de um lado do vidro.

Veja o trailer

Exodus

Bahman Kiarostami (Irã, 2019) 77 min

Ma’Ohi Nui

O filme belga “Ma’Ohi Nui” oferece um vislumbre poético do Taiti contemporâneo e das lutas coloniais que seu povo ainda enfrenta, enquanto resistem para sustentar seu modo de vida.

Por trinta anos, no final do século XX, o povo do país sobreviveu a dezenas de testes nucleares do governo francês em sua costa.

Desde que o Taiti foi colonizado, em 1880, as explosões deixaram os taitianos vasculhando os restos de suas ilhas e cultura, em um esforço para manter vivos seus conhecimentos tradicionais.

Veja o trailer

Ma’Ohi Nui

Annick Ghijzelings (Bélgica, 2018) 113 min

Memórias do Oriente

O longa-metragem “Memórias do Oriente” narra as viagens que o linguista e diplomata finlandês G. J. Ramstedt fez ao velho mundo das crenças e tradições do final do século XIX.

Entrelaça o passado e o presente da Mongólia e do Japão em uma jornada visualmente deslumbrante de exploração, aventura, amor e morte, conspirações e a queda das nações.

Um mundo hoje substituído por ideologias e pela economia de mercado.

Ele testemunhou os eventos dos últimos cem anos, e agora nos lembra de porque e como estamos aqui hoje.

“Memórias do Oriente” conquistou o “Prêmio de Melhor Documentário Internacional”, no Festival de Monterre.