Cuiabá 153 e seus portões abertos para a arte

Com o tema “Inteligência Artificial”, o projeto Cuiabá 153 e Portões que Falam promove a edição 2018 de sua Mostra de Arte Pública.

Concebido de maneira independente, o evento conta com ampla programação cultural e gratuita.

As atividades acontecem em Santo André, nos dias 28 e 29 de abril.

Mais de 70 artistas do Grande ABC vão mostrar seus trabalhos contanto com o apoio da indispensável da comunidade local que abraçou o projeto e recepciona o público.

Um teto para a arte

Era o ano de 2009, quando uma residência especial, localizada na rua Cuiabá 153, abriu as suas portas para acolher a arte.

O gesto partiu da moradora, a artista plástica Sueli de Moraes, que relembra os primeiros passos do projeto.

“Alguns artistas recém-formados queriam ‘ocupar’ uma casa. Eu ofereci a minha residência como suporte de arte de todos os tipos e tamanhos. Retiramos todos os móveis da parte térrea e a residência ganhou ‘ares’ de galeria. Foi um evento de um dia aberto à visitação pública”.

Assim aconteceu a primeira edição do projeto batizado como Cuiabá 153.

A experiência foi um sucesso e ganhou desdobramentos.

Na época de organizar a segunda edição, já em 2011, Sueli convidou novos artistas.

Aproveitou a oportunidade e lançou o desafio do conceito “site specific”.

A proposta era pensar um trabalho para a residência de quatro mulheres, sem descaracterizar a casa, ou seja, permanecer com todos os móveis.

A comunidade local demonstrou grande receptividade à ação, interagindo com os visitantes.

O objetivo proposto pelo desafio foi alcançado e por um dia inteiro o contato com a arte de qualidade se fez presente.

Novos horizontes

O projeto Cuiabá 153 chegou ao conhecimento dos organizadores do “Le Fenêtres qui Parlent” (Janelas que Falam), um evento de arte que ocupa por 30 dias as janelas das casas da cidade francesa de Lille.

Em 2013, Sueli de Moraes recebeu um convite para trazer o evento para o Brasil.

Em comum acordo, o nome da versão brasileira foi anunciado como “Cuiabá 153 e Portões que Falam”, condizendo com a realidade das residências da cidade de Santo André.

Com a mudança, a edição de 2014 do evento cresceu e ocupou toda a rua, com os artistas convidados interagiram artisticamente nos portões das casas.

O evento contou com mais de 300 visitantes.

A edição seguinte, realizada em 2016, trouxe os indígenas como tema específico.

O público saltou para mais de duas mil pessoas circulando para conhecer e admirar as apresentações artísticas.

Com as novas edições, o projeto vem sendo ampliado e incorporou mais atividades, principalmente destinadas às crianças, com contadores de histórias, marionetes, trocas de livros e oficinas.

Pelo Mundo

Sueli de Moraes destaca o crescimento do “Les Fenêtres qui Parlent” que já é realizado na França há 21 anos e há 17 anos em outras cidades e países.

“Em Montreal, no Canadá, por exemplo, o “Portões que Falam” levou obras de 13 artistas para a comemoração dos 10 anos do Les Fenêtres qui Parlent bem como dos 374 anos da cidade de Montreal”, explica.